sábado, 12 de maio de 2012

Ouça-me

Quando eu falar, não ignore. Quando eu tocar-te, sita-me. É o meu silêncio que eu quero que escute. Quanto ao meu barulho, imploro que entenda. É insuficiente para mim que simplesmente chegue, construa uma impressão qualquer e depois vá embora sem conhecer-me.
O que eu disser, nem sempre é o que espero que você creia. Minhas palavras, miseráveis e desequilibradas, costumam ter duas faces. Desfaça-as. Depois reajuste ordenadamente tudo o que eu houver dito, para enfim entender a verdade egrégia: a complexidade que existe em mim jamais será explicada.
Aniquile essa distância, transponha barreiras e venha encontrar-me. Continuo nessa inércia inquebrável, esperando por teu alento. Decifra-me.  Desembarace os meus sentimentos e os explique para mim, por favor. Eu quero que todo esse emaranhado aqui dentro seja decodificado. Cale-se e observe-me: aqui estou para ser encontrada. Descubra o meu ritmo e valse ao meu lado antes que se acabe a noite e esvazie-se o salão.


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