segunda-feira, 7 de maio de 2012

Conte-me



Alguma vez na vida você já se sentiu indo para o caminho errado? Como se, ao tentar acertar, acabasse se esquecendo do que realmente tem algum valor? Como se aos poucos estivesse se tornando um mero espectador da própria vida, inerte diante da iminência do fracasso? Você já observou sua história fugir do controle sem poder reagir?
Algum dia você já teve a impressão de estar tão escondido de si mesmo ao extremo de não conseguir sequer explicar o motivo de uma lágrima? Você já passou pela experiência de olhar-se no espelho encarar aquela expressão vazia e cansada de não ver mudanças? Como se estivesse errando há um longo tempo e só percebesse isso depois de tudo desmoronado? Como se a única alternativa fosse esperar que as coisas dessem certo, mesmo estando consciente de que são mínimas as chances de isso acontecer?
Alguma vez você já sentiu tanto medo a ponto de congelar? Medo de não ser capaz, medo de não conseguir, medo de não estar preparado? Como se a cada segundo os rumos de sua vida lhe escapassem pelas mãos e você fosse constantemente induzido a acreditar que o fundo do poço está logo abaixo, ansiosamente aguardado um novo inquilino? Como se os sonhos parecessem distantes, os objetivos distorcidos e os desejos irrealizáveis?
Algum dia você já chegou a acreditar que a única solução para os problemas fosse varrer o passado e começar agora a recriar o futuro? Como se você de repente descobrisse que tem feito tanta coisa errada que só um recomeço seria capaz de amenizar as suas tristezas?
Conte-me: quantas vezes na vida você já sentiu o peso da culpa sobre seus ombros?


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