sábado, 26 de maio de 2012

A casa é sua



Entre, puxe uma cadeira, acomode-se no sofá ou se sente no chão mesmo, caso prefira. O que vale é se sentir puramente à vontade. Está em casa, faça o que quiser; pode até tirar os sapatos. Escolha seus assuntos preferidos e veja o tempo passar. Seja breve com eventuais reclamações, depois divirta-se. Falaremos de coisas boas. Ou podemos simplesmente ficar quietinhos, em um silêncio sereno, ouvindo o som de nossos pensamentos.
Venha, vamos construir momentos inesquecíveis. Como é bom matar a saudade, não é mesmo? Passar as horas jogando conversa fora, brincando de coisas bobas e construindo lembranças. Quando nos cansarmos, pensaremos em algo novo pra fazer: que sabe, nada. O dia é uma criança, a noite outra. Você e eu também, vamos agir como tal.
Olha, tenho tanta coisa pra contar que você pode se cansar de me ouvir. Mas peço que, por favor, mantenha a calma. Prometo que faremos uma pausa para um lanche.Tem café quente no bule e biscoito fresco na tigela  não se acanhe, foi para você mesmo que os fiz. Pode até abrir a geladeira, se quiser. Não há muita coisa lá dentro como há aqui dentro de mim, mas talvez você prefira espiar num interior menos bagunçado que o meu.
Senti sua falta, acho que devo confessar. Mas o que eu poderia fazer? Fui obrigada a te deixar para trás: não pude esperar, a vida me chamou. É que você se foi assim, deixando votos de boa sorte e sucesso, depois se esqueceu de voltar para conferir se tinha funcionado. Minhas escolhas também levaram-me a outros recantos, temos que dividir a culpa. Só espero que não se assuste com minhas metamorfoses pouco sutis.
Ei, mas você já vai? Está tão cedo ainda, fique mais um pouco! Ah, desculpe-me, esqueci que não é de seu feitio esperar por mim. Volte um dia desses, para podermos conversar. E falar de como estamos nos distanciando devagarinho...

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