sábado, 13 de outubro de 2012

(dis)simulação

Gastei o dia escrevendo coisas desconexas; porque na verdade, queria guardar minhas abstrações só pra mim. Estou tentando me entender com o meu sarcasmo. Pra fazê-lo soar de um jeito que não pareça brincadeira. Tenho tanto medo de parecer muito menina; muito pequena; muito eu. De vez em quando tenho essa vontade de ser tudo, menos eu. Menos minhas canalhices; menos minhas indiferenças; menos minhas preocupações; menos minha rotina.
Indiferente às curvas, tenho essa a de caminhar em linha reta. Mas acho que passo boa parte do tempo sem saber metade das coisas que deveria, e sem me importar de verdade com elas. Gosto de jogar do jeito errado, na contramão da coerência. É que há algumas coisas meio infelizes que tranquei num quarto escuro e joguei a chave fora, pra jamais me lembrar que existiram.
Era outono. O vento carregado de folhas secas e os pensamentos carregados de confusões. As mãos nos bolsos do sobretudo; e o olhar distante, para além da realidade. E eu decidi que estava de saída, mas você pediu uma segunda chance. No meio da minha afastada ficção, digo que vou ficar. Mas amanhã faço as malas e vou embora de madrugada.

3 comentários:

  1. Como costumo dizer e estou trabalhando em um texto meu: desistir é um dos maiores atos de coragem!

    Muito bom mesmo, Larissa!

    []s

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    1. Nossa, que forte essa sua frase! Realmente genial, Rafael :)
      A propósito, como vai o livro?

      Obrigada, querido!
      Abraços :D

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    2. Que bom que gostou...é parte de um outro trabalho.

      Sobre o livro: SAIU!!! rsrs...recebi a notícia ontem à noite...depois dê uma passada no <a href="http://descemaisuma.blogspot.com>Desce Mais Uma!</a> que tem mais informações...

      Continue assim: sensacional!

      []s

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