Madrugadas conseguem ser vazias. Tão vazias que chegam a
ser cruéis.
E então acabo por preenchê-la com músicas e pensamentos. Mas
pensamentos vazios também; desses tão bizarros que a gente se esquece depois de
meio minuto. Esses sentimentos que vem e vão, sem que eu possa sequer notá-los. Como
chuvas de outubro; ventos de julho ou aquele sol debochado de fim de ano.
Você me fala de promessas. Venho falar de realidades. A
minha; a sua; e a nossa.
Você pertencerá um dia a alguém cujo nome desconheço. E eu
seguirei o meu caminho, como se nada tivesse acontecido. Foi o combinado desde
o início que tudo isso que estamos vivendo jamais passaria de uma brincadeira. Todavia,
peço que por enquanto seja meu – não totalmente, apenas mais que costuma ser. Pode ser de quem mais quiser, de quantos mais quiser: mas
ouça-me quando eu chamar.
Quando o dia amanhece, ainda estou pensando se o que faço
é te usar. Mas percebo que não, porque no fim das contas, estamos usando um
ao outro para cicatrizar feridas recentes. Não ambicione nada além disso. Se quer um conselho: não confie em mim.
Where I was, I had wings that couldn't fly
Where I was, I had tears I couldn't cry
My emotions, frozen in an icy lake
I couldn't feel them until the ice began to
break*
Não devo negar, porém, que por causa de
você estou aqui agora – distante de tudo o que me fez mal.
E viva novamente.
*Tears of the Dragon - Bruce Dickinson
É...muito complicadas estas situações da vida...ficam feridas e delas cicatrizes para nos lembrar!
ResponderExcluir[]s
Olá, Rafael!
ExcluirAcho que escrever o que a gente está sentindo é uma maneira de "esvaziar" um pouco, não é?!
Obrigada pelo comentário...
Lindo, adorei teu texto, você escreve muito bem.
ResponderExcluirObrigada, Lorena!
ExcluirQue bom tê-la por aqui... volte sempre, ok? ;)