Acho que aparecestes como um fantasma que somente eu pude
ver. Exerceu algum poder hipnótico sobre mim e depois se foi, deixando teu
encantamento para trás. Apenas isso; nada além de tua magia. Permaneço sem teu nome,
sem teu toque e sem ti. Tua alma que se foi, e a minha esvaindo-se: presas num
lugar povoado por lembranças do que nunca aconteceu. Óh, fantasma meu, jamais
estaremos juntos!
Sempre me pego imersa em platonismos infundados e amores instantâneos,
não é a primeira vez. Mas me vi pensando em ti com uma frequência incomum,
mesmo tendo a quase certeza de que não nos encontraremos novamente. Talvez porque
nunca tenhamos nos encontrado: quem sabe não sejas mesmo um fantasma que
decidiu habitar minha mente por uma só noite? Quem sabe não sejas um anjo de
beleza incomparável que me veio desaquietar o coração? Quem sabe eu apenas o
imaginei, sorrindo à distância daquela maneira resplandecente?
A verdade é que os traços de teu rosto sereno estão se
tornando confusos com o passar dos dias. E logo serás esquecido: a imagem tua
transformando-se num espectro. Óh, querido fantasma, saibas que ironia é sinônimo
de vida real!
O que tenho a fazer é me conformar com a ideia de que tu
não serás nada além de mais um membro da minha coleção de amores platônicos. Adeus,
fantasma meu, adeus! Se me encontrares algum dia, saiba presentear-me com
aquele sorriso
– apenas uma vez mais, para eu poder me despedir.
Song and vídeo from "The Phantom of the Opera" (2004 film)
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