Ando sentindo uma saudade tão
grande de não-sei-o-quê... E uma enorme vontade de descobrir o que é que pode estar
fazendo tanta falta assim. Sabe, a porta que você deixou aberta quando saiu ainda não tinha
sido fechada – talvez por egoísmo, indignação ou simplesmente covardia – quando,
de repente, você resolveu voltar. O frio soprava, congelando-me as lembranças.
Acho que foi o motivo de ter-lhe permitido retornar tão facilmente: precisava
de um abraço quente.
Ainda não consegui digerir metade das palavras que você
me disse. Não tenho certeza se acredito em todas elas. É que estou um tanto ocupada
tentando descobrir se isso que é realmente o que devo fazer, ou se voltei a andar
em círculos. Pra ser bem sincera, você não tem passado nos meus testes.
Espero que não pense que vou lhe permitir cometer os
mesmos erros. Não tenho mais medo de ir embora. E também não seria a primeira
vez que eu teria de ficar. Estranho que o meu perfeccionismo tenha permitido
uma segunda chance; devo mesmo estar muito cega. Só peço que, por favor, nem
chegue a cogitar a hipótese de uma terceira: minha cegueira não chega a ser
assim, tão exagerada.
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