Tenho essa fascinação pelos seus olhos. Eu gosto da linha
simétrica entre eles quando você faz de conta que está me lendo, como se eu
fosse um livro de contos que você ganhou na infância. E mesmo sabendo o fim, você
insiste nos meios, porque tem essa mania de ver as coisas diferentes a cada vez
que olha. Você nem sabe – e eu não deveria estar contando –, mas sempre me parece
tão imenso quando faz essa cara distraída. Causa em mim certo ciúme, porque me
parece que você está pensando em todas as coisas ao mesmo tempo, e não só nas
palavras que em mim encontra. Acho que seu começo tem um jeito de metade, e por
isso me atrai. Também porque você sorri esse sorriso que, num silêncio
brilhante, diz tudo o que eu preciso ouvir. No fim, apenas o meu anseio por pedir
que você permaneça assim; sentado meio torto no sofá, com essa expressão
sonhadora e pensativa, como se pudesse estender os domínios da sua mente até a
minha. E eu sei que seu meio sorriso vai ser um sorriso inteiro quando perceber
que eu te sei. E por te saber,
descobri o quão fácil é te amar.
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