Venha,
sente-se aqui ao meu lado. Não diga nada, por favor. Quero só o seu silêncio.
Quero só a sua presença. Vamos ficar bem perto, como sempre fizemos. Não deixe
que distância nenhuma comece a existir entre nós.
Perdoe-me
a falta de modos. É que tenho medo de olhar nos seus olhos e ver algum vestígio
da dor que você pode não conseguir esconder. Essa angústia de te fazer sofrer
me atormenta. Mas nunca fui boa em medir as minhas palavras. Já se tornou
demasiado difícil conseguir explicar toda essa confusão de sentimentos que me
causaram as suas palavras. Devo confessar que, a princípio, me senti culpada;
um tanto assustada, um pouco surpresa e talvez até incrédula.
Uma
sutil pitada de vaidade me fez sorrir. Mas agora já não sei o que pensar.
E,
sinceramente, sorrir não mais me parece conveniente. Você já deve ter se
acostumado com o fato de que eu não encaro as situações como a maioria das outras
pessoas. Peço perdão por essa mania inconveniente de não conseguir enxergar as
coisas da maneira supostamente mais fácil. Desde pequena tenho essa característica.
Sabe,
quando criança, eu sonhava em crescer logo. A vida parecia tão mais bela e tão mais
fácil durante da idade madura... Não que eu não odiasse ser criança – apesar de
sinceramente também não gostar tanto assim. Mas a minha maior vontade era poder
viver aqueles momentos que os adultos aparentavam gostar tanto. Sentia um
enorme desejo de saber como era a sensação de ser amada. A sensação de ser
abraçada forte, por alguém que sentiu a minha falta durante os trinta segundos
que estive fora. A sensação de saber que uma pessoa estava pensando em mim.
Acontece
que de repente eu me vi dividida. Confusa. Assustada. Milhões de feras foram
soltas. E cá estou, cercada por todas elas. Como se o real e o abstrato
tivessem se confundido em uma lufada qualquer da ventania costumeira dessa
estação.
Eu
me levantei do sofá e do passado, saí de casa e de mim – para pensar um pouco.
Era fim de tarde. Porém, o pôr-do-sol não foi o que me intrigou. Mas a lua. Tão
linda e brilhante. Tão serena e sozinha. Tão silenciosa, encantando-me com sua
sinfonia de compassos vazios. Senti como se ela me estivesse perguntando: “Menina,
por que choras?” E eu, como uma lunática, no sentido real da palavra, sussurrei
para o vento: “Não sei.”
De
um lado do céu ainda era dia. Do outro, era a lua cheia.
Difícil
decisão.
Primeiramente, esta lindo.
ResponderExcluirPalavras ditas de coração...
sentimentos...
Não sei oque dizer...
Fico feliz que tenha gostado, Fabricio...
ExcluirObrigada por ler :)