
Meu amor, todo cheio de protuberâncias, não é capaz de
escorrer-me pelas mãos. E, caso fosse, eu não o permitiria. Parece uma fábula, dizendo assim. Quem sabe
seja mesmo, dessas que vão virar conto de fadas um dia desses. Ou um belo sonho.
Daqueles sonhados por um sonhador muito autêntico e muito destemido, que
aprendeu a cruzar as pedras pelo caminho. E que descobriu uma fórmula mágica
que faz os problemas ficarem pequenininhos, pequenininhos.
De vez em quando, gosto de responder só em pensamento.
Então tu me olhas de um jeito diferente, como se pudesse ouvir. Sinto-me
descoberta. Oh, não! Talvez tenha pensado alto... Mas então percebo que essa é
só a tua maneira de me entender. Em
nossa pressa, os desejos se confundem. Ainda que tímida, escuto também. É o
tamborilar dos nossos corações. E entendo o que quer dizer com o seu silêncio,
tão semelhante ao meu: desse jeito torto e avesso.
Se um dia eu deixar de te amar, é porque nunca te amei. O amor
não morre e nem acaba, é imortal. Mas se um dia eu te deixar, vou sentir saudades. E só se
sente saudade de quem ama. Então eu terei percebido que, de fato, amo você.
Nessa hora eu voltarei. Voltarei para poder te amar melhor.
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